Mais Educação: Mais Oportunidades

A presença do Programa Mais Educação nas escolas, segundo relatos dos professores-coordenadores, tem significado Mais Oportunidades. Oportunidade de permanecer na escola, de conhecer outros espaços, de aprendizagem. Referem-se como importantes conquistas, o espaço de convívio social possibilitado pela escola, o comprometimento das famílias que aumentou significativamente, a qualificação das relações entre alunos e entre alunos e professores.

Tais conquistas, aliadas à diversidade de atividades que os alunos têm acesso, traduz uma mudança significativa na vida das crianças e adolescentes que frequentam o Programa. Por meio das oficinas, afloram habilidades antes nunca percebidas, potencializam talentos, quebram rótulos, permitem que os alunos sejam verdadeiramente  vistos e reconhecidos em suas capacidades e possibilidades, o que influi diretamente no aumento da auto-confiança, logo, melhora na qualidade das relações  sociais e na aprendizagem.

Em tempo integral na escola, os alunos participam de atividades bastante diversificadas, dentre elas,  xadrez, dança, esporte, teatro, pintura, capoeira, oficinas pedagógicas... Os coordenadores citam o prazer dos alunos em participar, a lista de espera nas escolas, o pedido de vagas por parte dos mesmos e dos seus pais, que sentem-se seguros e contentes pelas oportunidades que os filhos tem acesso.

O sucesso do Programa é atribuído à Formação Continuada por meio de grupos de estudos, quinzenais e mensais, oferecida  pela Secretaria de Educação do município desde 2010; parceria com  a Universidade Federal de Santa Catarina; ao curso de Especialização oferecido pela UFSC e possibilitado pela Secretaria, que dispensa os coordenadores das  escolas uma vez por semana para participarem; contratação de professores habilitados pelo município para ministrar as oficinas, o que é um diferencial reconhecido inclusive pelo MEC, uma vez que tal contratação possibilita tempo para planejamento, diálogo entre os educadores das diferentes áreas, e a busca por um currículo integrado que dialogue com o ensino regular.

São muitas as conquistas ao longo destes anos e muitos desafios que precisam ser superados. Desafios que por vezes desanimam os profissionais e impossibilitam a realização de um trabalho melhor. Entre eles:

  • Falta de envolvimento de toda a equipe da unidade de ensino, e consequentemente a falta de discussão sobre o programa e a inclusão deste no Projeto Político Pedagógico da escola.
  • Falta de relação da implantação do programa com as dificuldades que foram apontadas pela escola no momento da elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE e com os índices demonstrados pela Prova Brasil.
  • Dificuldade em qualificar e ampliar os espaços das escolas, bem como em desenvolver um planejamento articulado com o currículo do turno regular.
  • Dificuldade na contratação dos profissionais para a execução das oficinas por não haver uma seleção dirigida ao Programa. A permanência destes profissionais também é um desafio, já que muitos acabam desistindo por não conseguir articular e desenvolver um planejamento diferente do modelo do turno regular.
  • Poucos profissionais para atender no horário de almoço.
  • Falta de políticas intersetoriais no município para atender as necessidades apresentadas pelos alunos. Com a ampliação da jornada as carências e necessidades se potencializam e o que não era “visto ou percebido” antes, agora não pode mais passar despercebido nestas oito horas de permanência na instituição.